Análise técnica da necessidade de fluoretação da água de abastecimento público de Luanda, Angola.

Abstract

O uso da fluoretação na água de abastecimento público é considerado, por muitas comunidades como um risco a saúde pública devido ao risco de toxicidade que o flúor apresenta, quando ingerido fora dos padrões de potabilidade. Embora alguns estudos vem relatando a utilização do flúor como uma medida eficiente e segura no controle da cárie, a necessidade do seu uso está diretamente relacionada aos hábitos de higiene bucal bem como a existência de saneamento básico no pais. Com isso o presente trabalho tem como objetivo avaliar tecnicamente a necessidade de dosagem de Flúor na água de abastecimento público de Luanda, Angola. Sabe-se que, Angola é um país em desenvolvimento, no qual a resolução dos problemas de saúde pública é tida como sendo um dos principais focos para a melhoria da qualidade de vida da população. A metodologia deste trabalho apresenta quanto à natureza uma pesquisa aplicada, com a abordagem do problema de forma qualitativa e com objetivos classificados como sendo uma pesquisa explicativa. No primeiro momento realizou-se a pesquisa com base em levantamento de dados primários e revisão bibliográfica do problema apresentado, logo após realizou-se o levantamento das legislações vigentes (Brasil e Angola), foram feitas pesquisas em laudos de análises de água tratada pela EPAL (Luanda) e CASAN (Criciúma), realizadas análises laboratoriais, principalmente para a determinação do teor de Flúor na água tratada, avaliação do processo de tratamento de água pela EPAL, levantamentos dos problemas de saúde bucal em Luanda e para finalização foram propostas medidas de melhorias no sistema de tratamento da EPAL. Salientando que os dados foram avaliados e comparados entre a EPAL (Luanda) e CASAN (Criciúma) os resultados obtidos das análises de Flúor na água tratada pela CASAN, mostraram-se satisfatórios, apresentando quantidades adequadas as médias de temperatura conforme recomendado pelas Portarias 635/75 e 2914/11 do MS. Verificou-se uma diferença significativa entre os resultados das analises da água da EPAL, que não recebem Flúor no processo de tratamento e os da água da CASAN que é fluoretada. Entretanto, Luanda apresenta um quadro preocupante de incidência de cárie dentária em sua população, como admitido no Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário (PNDS) 2012-2025, o que leva a concluir a necessidade, de adição de Flúor no processo de tratamento de água de abastecimento público em Luanda.