Os desafios e as potencialidades para realização da Educação Permanente em Saúde nas unidades de Estratégia Saúde da Família, na visão da equipe multiprofissional

Abstract

Estudo teve como objetivo de analisar como ocorre a Educação Permanente em Saúde nos serviços, na visão da equipe multiprofissional de Unidades Básicas de Saúde, com o modelo de Estratégias de Saúde da Família implantado, expressando os desafios e potencialidades. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo descritivo-exploratória. O estudo foi desenvolvido por meio da aplicação de entrevista semiestruturadas às equipes multiprofissionais das ESF, em um município do Extremo Sul de Santa Catarina. Para análise dos dados, foi utilizada a técnica de análise temática de conteúdo de Minayo estruturadas em três momentos operativos: (1) fase exploratória; (2) trabalho de campo; (3) análise e tratamento do material empírico e documental. Aos sujeitos que aceitaram participar da pesquisa foi garantido por meio da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, todos os aspectos necessários em relação à ética em pesquisa com seres humanos expressas na Resolução 466/12. Os resultados apresentam uma caracterização geral dos participantes, e a partir da análise, estruturaram-se três grandes categorias, sendo elas: Categoria1: Concepção de Educação Permanente em Saúde, que se estratificou em 4 subcategorias: Confusão entre o conceito entre Educação Permanente em Saúde e Educação Continuada; EPS como aperfeiçoamento profissional; EPS como desenvolvimento de conhecimento profissional com troca de experiências dentro da equipe e comunidade; EPS como compromisso individual e coletivo por meio da aprendizagem ao longo da carreira. Categoria 2: Práticas da Educação Permanente em Saúde, que se estratificou em 2 subcategorias: EPS estruturadas em propostas a partir das necessidades da prática; EPS estruturada pelo repasse de informações sem considerar o cenário da prática. Categoria3: Avaliação da Educação Permanente em Saúde, que se estratificou em 2 subcategorias: Avaliação informal ocorre nas reuniões de equipe, no processo de trabalho e na comunidade; Inexistência do processo de avaliação. Concluímos que perante as respostas apresentadas pelos entrevistados, os conceitos de educação continuada e educação permanente se confundem, pois não há clareza nas concepções dos atores envolvidos na pesquisa. As práticas de educação permanente em saúde nas UBS, pela fala da maioria dos entrevistados são planejadas e desenvolvidas a partir das necessidades observadas no cenário de práticas, apesar de alguns profissionais considerarem a EPS como repasse de informações sem considerar o cenário de atuação. A avaliação de EPS foi relatada pela maioria como informal e que ocorre nas reuniões de equipe, no processo de trabalho e na comunidade. Os participantes referem desconhecer a existência do processo de avaliação estruturado. É importante termos como eixos norteadores para este processo a articulação do quadrilátero para esses processos de mudanças do SUS: Ensino – Serviço – Gestão – Controle Social. Estes são essenciais para coletar, sistematizar, analisar e interpretar a informação da realidade, para aproximar a formação dos trabalhadores do SUS, e construir práticas com orientação social, diante das necessidades reais do sistema de saúde e de ensino.