A assistência prestada ao sofredor psíquico em situação de crise nos serviços de urgência / emergência no município de Criciúma/SC

Abstract

Durante as três últimas décadas, os serviços de urgência/emergência psiquiátrica foram fortemente influenciados por mudanças ocorridas nas políticas de saúde mental, como a desinstitucionalização dos pacientes psiquiátricos e o desenvolvimento de serviços psiquiátricos extra-hospitalares, como hospital-dia, pensão protegida, serviços para usuários de álcool e outras drogas, entre outros. Existem no país aproximadamente 55 mil leitos psiquiátricos e mais de 20 mil são ocupados por pacientes considerados crônicos ou que, abandonados por suas famílias, transformaram-se em “moradores” de instituições hospitalares. A situação se mostra mais grave quando, a partir da reforma psiquiátrica no Brasil, em 2001, a desinstitucionalização não se restringiu mais à simples substituição de modelos de tratamentos dentro do hospital, mas passou a envolver também questões socioculturais. Há um deslocamento das práticas psiquiátricas clássicas para práticas de cuidado realizadas na comunidade, e mais especificamente a família. Esta pesquisa trata de um estudo desenvolvido em duas partes: numa delas, foi realizada a pesquisa bibliográfica sobre os caminhos percorridos pelo sujeito em crise em Criciúma/SC, nos serviços de pronto atendimento, onde a partir da visão de vários teóricos e estudiosos foi possível verificar o doloroso caminho histórico pelos quais passaram os sofredores psíquicos. A segunda parte deu-se com a realização das entrevistas e questionários. Alguns aportes desde a constituição destes sujeitos, como eram vistos e tratados favorecem ao profissional de Enfermagem, compreender um pouco mais sobre o sofredor psíquico. Com base nessa perspectiva, a pesquisa de campo, que teve como instrumento a entrevista semi-estruturada e um questionário, foi analisada e categorizada em quadros e tabelas objetivando refletir como as equipes responsáveis pelo atendimento de emergência e urgência vêem estes sofredores e quais os caminhos por eles percorridos numa situação de crise. Nesse sentido, no presente trabalho conclui-se que estes sofredores estão sendo atendidos na situação de crise, no município de Criciúma, de uma forma improvisada e sem capacitação técnica, visto que não existe um serviço específico e qualificado para a atenção merecida e necessária à esses sujeitos.