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http://repositorio.unesc.net/handle/1/11628
Título: | Efeitos da modulação imunológica infantil induzida por lipopolissacarídeo em um modelo animal de acidente vascular cerebral isquêmico |
Autor(es): | Costa, Maiara de Aguiar da |
Orientador(es): | Petronilho, Fabrícia Cardoso |
Co-orientador: | Gonçalves, Cinara Ludvig |
Palavras-chave: | AVC Isquêmico Lipopolissacarídeos Sistema imunitário Estresse oxidativo |
Descrição: | Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde. |
Resumo: | O acidente vascular cerebral (AVC) é uma doença de sinais clínicos súbitos causada por interrupção repentina do fluxo sanguíneo cerebral com duração superior a 24 horas. No Brasil, desde 2019, o AVC é a principal causa de morte hospitalar e a sua prevalência no mundo entre 2017 e 2020 foi de 3,3% e aproximadamente 87% foram AVC isquêmico (AVCi). O quadro de AVCi desenvolve um conjunto de fenômenos que levam a lesões na barreira hematoencefálica, estresse oxidativo, apoptose, neuroinflamação e desequilíbrio iônico, causando danos neuronais. Se tratando da modulação imune, ao longo dos anos tem se investigado o papel da modulação imunológica infantil, a fim de diminuir a resposta inflamatória exacerbada para um segundo insulto em diversas doenças. Nesse contexto, crianças expostas a germes na infância, conseguem programar o sistema imunológico para não reagir exageradamente frente a um insulto inflamatório ou infeccioso na idade adulta. Isso vai de encontro ao que dita a teoria da higiene ou teoria dos velhos amigos, mas ainda não se sabe se esta teoria possui validade sobre o desfecho do AVCi. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi investigar o efeito da modulação imunológica induzida por lipopolissacarídeo (LPS) durante o período da infância no desfecho do AVCi ocorrido na idade adulta de ratos Wistar machos. Para isto, ratos Wistar machos receberam 50 μg/Kg de LPS via intraperitoneal, durante 4 dias consecutivos, do dia pós-natal (DPN) 14 até o DPN 17, formando 4 grupos: I) SAL+SHAM; II) SAL+ oclusão da artéria cerebral média (MCAO); III) LPS+SHAM e IV) LPS+MCAO. Durante o período de desenvolvimento os animais foram avaliados quanto ao neurodesenvolvimento (peso e geotaxia negativa) e no DPN 60 foram submetidos ao modelo animal de AVCi, induzido por MCAO. Em uma e vinte e quatro horas após a isquemia foi verificado o escore neurológico e em seguida os animais foram eutanasiados para retirada das estruturas cerebrais, córtex frontal e hipocampo, para a realização de análises bioquímicas. A exposição infantil ao LPS diminuiu o tempo necessário para o animal girar 180° na geotaxia negativa, além do ganho de peso dos animais tratados com LPS. No escore neurológico foi observado que os animais submetidos ao MCAO demonstraram maior déficit neurológico em comparação ao grupo controle em uma e 24 horas após o MCAO. No córtex frontal, animais LPS+MCAO exibiram aumento de TNF-α, IL-1β, IL-6 e redução de IL-10; no hipocampo, TNF-α e IL-6 aumentaram, enquanto IL-10 diminuiu. Nos parâmetros de estresse oxidativo, a atividade da enzima mieloperoxidase foi aumentada no grupo submetido ao MCAO nas duas estruturas e no grupo exposto ao LPS e MCAO no córtex frontal em comparação ao grupo controle. Já a concentração de nitrato/nitrito foi aumentada em córtex frontal no grupo submetido ao MCAO. Quanto a defesa antioxidante, a atividade da enzima superóxido dismutase foi diminuída no hipocampo dos grupos expostos ao LPS e/ou submetidos ao MCAO. Já a atividade da enzima catalase diminuiu em córtex frontal no grupo submetido somente ao MCAO ou LPS. No hipocampo dos grupos submetidos ao MCAO a atividade enzimática foi diminuída, mas o grupo somente exposto ao LPS permaneceu com a atividade inalterada. Em relação ao dano de lipídeos, os animais submetidos somente ao MCAO mostraram o parâmetro de malondialdeído (MDA) equivalente elevado. Por fim, no conteúdo de sulfidrilas, apenas os grupos submetidos ao MCAO apresentaram diminuição. O LPS atenuou a concentração de nitrato/nitrito e manteve a atividade da enzima CAT no córtex frontal, assim como diminuiu o MDA no hipocampo dos animais submetidos ao MCAO. Os dados sugerem que o modelo MCAO gera déficit cognitivo, inflamação e estresse oxidativo que fazem parte da fisiopatologia da doença e que a exposição ao LPS na infância modula parcialmente alterações bioquímicas, mas não impede o impacto do MCAO, indicando a necessidade de estudos sobre imunidade treinada e inflamação exacerbada após insultos. |
Idioma: | Português (Brasil) |
Tipo: | Dissertação |
Data da publicação: | 2024 |
URI: | http://repositorio.unesc.net/handle/1/11628 |
Aparece nas coleções: | Dissertação (PPGCS) |
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