Insatisfação no trabalho de profissionais das equipes de saúde da família de municípios do estado de Santa Catarina

Abstract

Introdução: O trabalho de profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) possui características diferenciadas, pois o objeto de atuação dos profissionais é além dos indivíduos e famílias, mas também as condicionantes do território adstrito. Essa atuação dos profissionais no âmbito da Atenção Primaria à Saúde devem ser diferenciadas, com necessidade de exercício de competências diversas para manejo as situações de significativa complexidade. O resultado desse processo de trabalho pode desencadear nas eSF insatisfação no trabalho e refletindo consequentemente na assistência a saúde presta e própria vida do trabalhador. Objetivo: Identificar os fatores que influenciam na insatisfação dos profissionais de saúde que atuam nas equipes de Saúde da Família de cinco municípios do estado de Santa Catarina. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e de abordagem qualitativa. Os locais do estudo foram 16 Unidades Básicas de Saúde com eSF das principais cidades de cada região geográfica do estado de Santa Catarina: Criciúma, Joinville, Blumenau, Lages e Chapecó. Os participantes do estudo foram 64 profissionais que integram as eSF. A coleta de dados aconteceu entre os meses de março a dezembro do ano de 2020, por meio de entrevista semiestruturada e observação indireta como fonte complementar. A análise dos dados foi realizada segundo análise de conteúdo temática de conteúdo, com auxílio do software Atlas.ti para organização dos achados. Os procedimentos éticos foram respeitados com aprovação do pelo Comitê de Ética e Pesquisa sobre parecer número 3.675.401. Resultados: a insatisfação dos profissionais das equipes de Saúde da Família foi sustentada em 491 trechos de citação, 52 códigos, vinculado a oito subcategorias, estas aglutinadas em três categorias: a) Condições de trabalho das Equipes de Saúde da Família, com as subcategorias sobrecarga de trabalho, prejuízos nos direitos trabalhistas, déficit de estímulo profissional e formação continuada, dificuldades estruturais e institucionais para assistência à saúde, e problemas relacionados a carga horária. b) Dificuldades de comunicação entre gestão, profissionais e usuários das Equipes de Saúde da Familia, com as subcategorias lacunas existentes na comunicação entre a rede, aspectos comunicacionais entre a equipe e aspectos comunicacionais com o usuário. c) Sofrimento físico e mental como componente insatisfatório, vinculada aos códigos abalos na saúde mental, perda de funções laborais ou produtividade, possibilidades de problemas ergonômicos, perda de sono e sofrimento pela angústia dos pacientes. Conclusão: A insatisfação dos profissionais que atuam em equipes de Saúde da Família vinculasse as condições de trabalho, falhas na comunicação entre gestão em saúde, equipe e usuários e também a problemas físicos e mentais que o próprio trabalho pode proporcionar.